ISABEL SOLÉ
Espanhola,
professora do departamento de Psicologia Evolutiva e da Educação na
Universidade de Barcelona, na Espanha, reside em Barcelona.
Para esta
especialista, o professor tem o papel de ajudar na formação de leitores
autonomos ao apresentar e praticar as ações fundamentais para a interpretação.
(revistaescola)
Disponibilidade para a aprendizagem e sentido da aprendizagem (Isabel Solé)
A aprendizagem é
motivada por um interesse, uma necessidade de saber. Mas o que determina esse
interesse, essa necessidade? Não é possível elaborar uma única resposta a essa
questão. No entanto, um bom caminho a seguir é compreender que além dos
aspectos cognitivos, a aprendizagem envolve aspectos afetivo-relacionais. Ao
construir os significados pessoais sobre a realidade, constrói-se também o
conceito que se tem de você mesmo (autoconceito) e a estima que se professa
(autoestima), características relacionadas ao equilíbrio pessoal. O
autoconceito e a auto-estima influenciam a forma como o aluno constrói sua
relação com os outros e com o conhecimento; reconhecer essa dimensão
afetivo-relacional é imprescindível ao processo educativo.
Segundo Solé
(1998), para que uma pessoa se envolva em qualquer atividade de leitura, é
necessário que ela sinta que é capaz de ler, de compreender o texto tanto de
forma autônoma, como apoiada em leitores mais experientes. Enfatiza que a
leitura de verdade é "aquela que realizamos os leitores experientes e que
nos motiva, é a leitura na qual temos controle: relendo, parando para
saboreá-la ou para refletir".
O que é ler
Para a autora a leitura é um processo de interação entre o leitor e
o texto (Solé, 1987ª), para esse processo procura-se atender aos objetivos que
conduzem sua leitura.
Diante desta afirmação percebem-se algumas
conseqüências, como a existência de um leitor que confere e analisa o texto,
para tanto há a necessidade de sempre haver um objetivo para guiar a leitura,
ou seja, para que lemos, sempre lemos para uma finalidade. São muitos os
objetivos que levará o aluno a se posicionar diante do texto.
Outra conseqüência da afirmativa é que a compreensão
que um leitor tem do texto lido depende em grande parte do objetivo da leitura,
ou o para que ele esteja lendo.
Ainda com relação à afirmativa citada acima sobre o
que é ler, a autora ressalta que o leitor constrói o significado do texto. Isto
quer dizer que o significado que um “escrito tem para quem ler não é uma
tradução ou resposta oportuna do significado que o próprio autor do texto quis
passar, mas uma construção que abrange o texto”.
Terminando esta descrição das sugestões de definição
sobre o que é ler, a autora destaca “que é essencial que com exceção de informações
muito determinadas, a leitura sempre envolva a compreensão do texto escrito’”.
Segundo a autora
para ler é preciso dominar as habilidades de decodificação e aprender as
distintas estratégias que levam á compreensão, e que a leitura seja um processo
constante de emissão e verificação de hipóteses que leva á construção da
compreensão do texto. (Sole,1998)
A leitura na escola
Sobre este aspecto
a autora destaca que o problema do ensino da leitura na escola não se
estabelece na condição do método, mas na própria conceitualização do que é a
leitura e da forma como os professores vêem ou avalia, da posição que ocupa no
Projeto Curricular da Escola, dos meios que se tem para favorecê-la de forma
natural, das propostas metodológicas que a escola adota para ensiná-la. (Sole,
1998)
A leitura, um meio para a realização da aprendizagem.
Na visão da autora,
podemos considerar que a partir do Ensino Médio, a leitura é um dos meios mais
importantes na escola para a consecução de novas aprendizagens. É claro que
isto não significa que não seja importante insistir no seu ensino.
No entanto, ela
afirma que a partir do Ensino Médio a leitura parece seguir dois caminhos
dentro da escola: um deles espera que as crianças e jovens aperfeiçoe sua
habilidade, se familiarizando com a leitura e adquirindo o hábito de ler, no
outro caminho os alunos a utilizarão para buscar novos conteúdos de
aprendizagem nas várias áreas do conhecimento que formam a grade curricular da
escola. (Sole, 1998)
Sou fã de Isabel.
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